Imaginemos um homem de carne e osso como nós, designado para a função de
Primeiro Capitão do Império Romano. Precisaremos voltar ao século III d.C. para
vislumbrar o nascimento desse nobre funcionário do serviço militar. No entanto,
se apenas fosse este o seu serviço, ele seria certamente mais um ser humano de
pecados e virtudes como nós. Apesar das duras perseguições sofridas pelos
cristãos em sua época, este Filho de Deus inspirou-se no exemplo de Jesus e dos
apóstolos para professar a fé cristã e testemunhar o Deus da Santíssima
Trindade.
Agora percebemos não se tratar de um homem comum, mas de um herói
capaz de ofertar a própria vida como símbolo do amor incondicional que o Senhor
nos concede para além das limitações físicas e temporais. Este foi São
Sebastião: um soldado romano que escolheu vivenciar a missão evangelizadora e
amar aqueles que o dever militar mandava perseguir e castigar com a morte. Mais
uma vez, vemos o Amor e a Santidade transgredirem a lei para que o nome do
Senhor seja conhecido em todas as partes e por todas as criaturas.
Por isso, apesar de conviver com os cultos pagãos e as falsas idolatrias,
São Sebastião nunca deixou de comunicar ao povo romano o mistério da salvação e
do Deus Uno e Tríduo conforme a perfeita comunhão do Pai, do Filho e do
Espírito Santo. Em meio à cegueira espiritual instaurada pela crença
politeísta, nosso querido mártir não hesitou em anunciar a Palavra e até mesmo
proteger em segredo seus irmãos punidos por perseverar na verdade do Cristo
Ressuscitado.
Quando tais atitudes chegaram ao conhecimento do Imperador Maximiano,
este não teve como São Sebastião o discernimento necessário para compreender a
diferença fundamental entre as obrigações do dever e a entrega da missão.
Assim, o soldado do exército de Cristo foi amarrado, exposto em praça pública e
recebeu inúmeras flechadas até cogitarem que estava morto. Ainda vivo, foi
salvo por Irene, outra cristã vítima do código romano. Entretanto, o desejo de
servir e a impossibilidade da renúncia ao Amor de Deus levaram São Sebastião a
morrer como mártir na segunda tentativa do Império de matar um de seus filhos
mais ilustres e bem-aventurados.
Tendo em vista as dificuldades encontradas pelo povo cristão ao longo de
sua História, torna-se muito importante refletir sobre o exemplo da sagrada
figura de São Sebastião. Apesar de todos os desafios e barreiras encontradas
para uma vida plenamente cristã, não há nada que uma Fé autêntica não possa
superar. Muito mais do que senti-la, é preciso testemunhá-la em atos de amor e
caridade para com nossos irmãos.
Com toda certeza, esse belíssimo propósito
falou ao coração do Santo Padre, o Papa Francisco, no momento em que o Ano
Santo da Misericórdia foi anunciado aos cristãos de todo o mundo. Afinal, em um
mundo de consumo e de competição, as desigualdades sociais e o individualismo
impedem que possamos nos doar para o próximo e confortá-lo na falta de pão e de
Amor.
Matéria- Guilherme Freitas
Fotos- Aquivos da Pascom
@devotossaosebastiao
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