A festa é tradicionalmente participada por toda a comunidade paroquial e por inúmeros visitantes. Ela é conhecida também como a festa dos homens do campo, uma vez que São Sebastião é tido como o intercessor contra a fome, a peste e a guerra. Além disso, São Bento, o intercessor contra os males, juntamente com a Virgem Aparecida, a mãe rainha e fiel intercessora também foram celebrados e venerados pelos fiéis nas celebrações.
Além das procissões, Santas Missas e tríduos preparatórios, a paróquia realizou também leilões de prendas e animais, todos doados pelos fiéis devotos de São Sebastião e de todos os outros santos. Mais que isso, as festividades foram também um tempo oportuno de intimidade com Deus e aprendizado com a vida de todos esses santos rememorados.
As reflexões proferidas nos dias dos tríduos voltaram-se para as lutas humanas e diárias contra a fome, a peste e a guerra. Cada uma dessas lutas foram amplamente inseridas na realidade do mundo atual, como por exemplo a fome de paz e de justiça, a peste do pecado e a guerra das violências, desordens e falta de amor.
No último dia do tríduo, o seminarista Marcos Vinícios mencionou a importância da fé, palavra esta extremamente pequena, mas cheia de intensidade e que, acima de tudo, é dádiva imensa daqueles que a possuem. Assim como o glorioso mártir São Sebastião soube vivenciar a sua fé através de obras a favor de Cristo, o convite é feito a cada cristão, a fim de que a vivência da fé seja verdadeira e real, praticada cotidianamente e alicerçada no amor do Pai.
As batalhas, as fomes, as pestes e as guerras só poderão ser vencidas e suportadas se a fé for a base. Quando há fé, há esperança, há certeza da vitória, há certeza do cuidado e amparo de Deus para com cada um de seus filhos em suas mais diversas situações. A fé é o alicerce. Ela foi vivida por inúmeros santos e mártires a partir de um chamado do Senhor e hoje ela continua sendo um chamado para todos aqueles que se decidem a amar Cristo e a se voltar para o seu serviço. Fé é doação, é entrega total, é a plenitude da crença de que Deus é por todos e jamais abandona os seus escolhidos.
Não lhe tiraram o estandarte da fé.
O testemunho de cristão autêntico e corajoso e o sangue derramado por amor ao Senhor Jesus Cristo levaram à dignidade dos altares o soldado Sebastião cuja memória litúrgica é celebrada no dia 20 de janeiro. A Paróquia/Santuário Nossa Senhora de Nazaré festejou São Sebastião de forma jubilosa entre os dias 19 e 22 do primeiro mês do ano.
A devoção ao Santo mártir é antiga nas terras nazarenenses, percebe-se isso nas imagens de São Sebastião que podem ser encontradas na maioria das casas e, predominantemente, nos ranchos e moradias da área urbana. A fé do povo se baseia na proteção do mártir pelos animais e criações de gado.
Para retribuir a constante intercessão do santo, agropecuaristas abrem mão de uns réis do gado para ofertar a São Sebastião. Graças a essa generosidade, acontece todos os anos o tradicional leilão de gados e suínos que atrai sitiantes da cidade e da redondeza. Esse ano o leilão aconteceu na tarde do dia 22 no Parque de Exposição de Nazareno.
O Tríduo em honra a São Sebastião aconteceu no dias 19, 20 e 21 e, todos os dias, a Igreja dedicada ao santo estava repleta de fiéis. Durante todos os dias pode-se ouvir ecoar na voz dos devotos a história do homem que ao voltar para casa do trabalho foi atormentado por um ladrão e que ao rezar pedindo salvação viu na sua frente o bandido morto por uma flecha sem saber quem atirou, ao visitar a igreja mais perto ninguém explicava uma flecha que faltava na imagem de São Sebastião. Essa canção popular se é extremamente conhecida do povo que a canta todos os anos revivendo essa emoção.
Outro detalhe que marca a Festa do mártir de Cristo é a Missa sertaneja, celebrada pelo pároco no domingo dia 22, às 10h contou com a participação afetiva dos sitiantes. Nesse mesmo dia, a Banda Municipal despertou o povo de Deus para o dia festivo com a alvorada às 6h.
Liturgicamente celebrado no dia 20 de janeiro, São Sebastião é um dos santos mais populares da Igreja, pois traz com sua poderosa intercessão o livramento dos males da peste, da fome e da guerra. Além disso, Tertuliano diz uma grande verdade: “O sangue dos mártires é a semente dos cristãos”. Não há que não se sinta tocado pela bravura e pela fé do soldado romano que desafiou as autoridades para ser de Cristo.
O Evangelho do 3º domingo comum trouxe a disponibilidade de Pedro, André, Tiago e João em seguirem Jesus, essa mesma disposição pelo Reino marcou a história de São Sebastião como ditas nas belas palavras do seminarista Marcos Vinícius: “Viva São Sebastião, que no meio daquela gente desumana resolveu ser um cristão”
Uma flecha não bastou pra calar a sua voz. Salve nosso Santo padroeiro.
Matéria- Daniely Santos e Rodrigo Augusto
Fotos- Rodrigo Augusto, Marliere Santos, Cássia Pereira e Carmen Nogueia
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