Festa de Santa Cruz

“Eu sou a videira e vós os ramos. Aquele que permanece em mim, e eu nele, esse produz muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer.” (Jo 15: 5)

 Tradição, Religiosidade e Carisma

Nesse último domingo (03), em frente à delegacia municipal, os fiéis de nossa paróquia partiram em procissão por um curto trajeto de espaço, mas uma longa jornada interior em honra a Nossa Senhora de Fátima. O povo nazarenense que esteve presente na celebração começou a se reunir em volta do Cruzeiro Imolado de Nosso Senhor Jesus a partir das 18:30 e a procissão partiu em direção à Igreja de Nossa Senhora do Rosário contornando pela direita e descendo na próxima rua cujo caminho já apontava o ponto de chegada. Em suma, a distância percorrida pelos devotos na caminhada foi muito pequena em relação à grandeza e nobreza das orações que foram proferidas. 

Com a bênção providente do reverendíssimo Pe. Rondineli, os ministros da Paróquia rezaram o Terço durante a caminhada de reflexão espiritual. Definitivamente, desenhou-se uma bela imagem: gente de fé respondendo em coro a cada momento do Terço no silêncio gritante dos seus corações inundados pelo Espírito Santo.  Todos esses eventos de sublime santidade fazem parte da divina e tradicional festa de adoração da Santa Cruz, cujos precursores foram o senhor João da Cruz e sua esposa Dineuza. Marcante talvez seja a palavra ideal para descrever o instante em que João da Cruz, o qual carrega em seu nome o símbolo da vitória de Jesus sobre a morte, dirigiu-se ao Pe. Rondineli com palavras tão humildes quanto sinceras, tão verdadeiras quanto reveladoras de uma fé autêntica.

            Todos esses eventos de sublime santidade fazem parte da divina e tradicional festa de adoração da Santa Cruz, cujos precursores foram o senhor João da Cruz e sua esposa Dineuza. Marcante talvez seja a palavra ideal para descrever o instante em que João da Cruz, o qual carrega em seu nome o símbolo da vitória de Jesus sobre a morte, dirigiu-se ao Pe. Rondineli com palavras tão humildes quanto sinceras, tão verdadeiras quanto reveladoras de uma fé autêntica. Após esse episódio de grande comoção para todo o povo de Deus, teve início a Missa Solene ao pé do Santo Cruzeiro e diante da imagem sagrada e redentora de Nossa Senhora de Fátima.

Em sua Homilia, o reverendíssimo sacerdote de nossa paróquia, Rondineli Cristino, ressaltou a ausência de Jesus na Cruz presente no centro do grupo de fiéis ali reunidos. O Senhor venceu o pecado e a morte, rompeu as suas amarras e subiu aos céus para nos abrir o caminho da vida eterna que está no Pai. Os cristãos devem exultar de alegria neste 5º Domingo Pascal pois nossa Páscoa é Jesus e dele provém a graça que vem nos tocar para que busquemos uma vida santa e fundamentada Nele, Com Ele e Para Ele.

            O caminho do Calvário é muito representativo para o mundo contemporâneo. Com a cruz sobre os ombros e o corpo fatigado pelo peso cruel das falhas humanas, Cristo persevera em sua trajetória de paixão até o instante crucial de sua morte vindoura e de sua ressurreição gloriosa. Ainda que seja o Nosso Senhor e Salvador, Jesus também precisou de auxílio no percurso doloroso da crucificação e de grande valia foram a ternura de sua doce Mãe Maria e a coragem do digníssimo Cirineu ao sentir a dor de Jesus materializada naquele madeiro. “Sejamos também nós Marias e Cirineus para os nossos irmãos”, proclamava convicto o nosso reverendíssimo Pe. Rondineli.

            O Senhor nos ama incondicionalmente e nada espera em troca senão o nosso desejo intenso e caloroso de sermos sempre apascentados pelo seu amor. Portanto, os cristãos devem enxergar em Saulo um exemplo de sujeito do mundo convertido para os planos de Deus. Um sujeito que se tornou Filho e cujas palavras só expressam o que suas atitudes já puseram em prática. Evangelizar “com ações e de verdade” e não meramente “por palavras e de boca”, assim nos instrui o Santo Evangelho de João. Do contrário, seremos ramos fracos e provisórios na videira frutífera que é o Senhor; por isso, nosso coração precisa derramar-se no Espírito Santo para que a Seiva de Jesus nos percorra e não sejamos atribulados pela queda e lançados ao fogo da falsa liberdade e dos prazeres fugazes. Embora o mundo em que vivemos nos ofereça possibilidades infinitas e sem limites, é importante que aceitemos a poda do Senhor segundo os seus mandamentos e possamos assim produzir frutos regados e fecundados pelo amor de Deus e pelo amor Philia que devemos sentir pelos nossos irmãos.

            Ao final da celebração, o sacerdote de nossa paróquia derramou a bênção final sobre o povo de Deus e foguetes foram lançados como forma de festejar a alegria do Cristo ressuscitado e a leveza trazida por Nossa Senhora de Fátima aos corações que palpitavam na contemplação de sua belíssima imagem. No céu, faíscas multicores pareciam os balões de festa do Senhor enquanto a fogueira refletia a luz e o calor que emanavam das cândidas almas ali restauradas pelo amor de Deus. Simultaneamente, as doações começaram a ser leiloadas em um gesto puro e simples de caridade; afinal, o dinheiro arrecadado será investido nos vários setores que sustentam a nossa Santa Igreja Católica.

            Uma cena em especial abrilhantou ainda mais aquela noite abençoada: o casal precursor da Festa de Contemplação e Adoração da Santa Cruz dançou ao som da Banda Municipal Nossa Senhora de Nazareth uma valsa tocada e orquestrada de forma magistral pelos talentosos músicos de nossa cidade. Neste exato momento, ficou claro a todos que o amor quando brota da Fé soa muito bem aos ouvidos de Nosso Senhor.

Matéria - Guilherme Augusto Freitas

Fotos - Carmen Nogueira e Marcos Leitte