Perceptível era a expectativa de muitas pessoas para que a noite do dia 13 de novembro de 2016 despontasse; catequistas, crismandos, padrinhos, madrinhas, pais e todos que acompanharam de perto a preparação de 91 jovens e adultos para que esse momento de graça e efusão do Espírito Santo acontecesse.
Exatos nove meses de preparação. Coincidência? Não! Providência!
Um caminho de preparação digno de encher os olhos. Jovens que nasceriam para uma Igreja que esperava por eles há tanto tempo, nascer para uma participação mais ativa. Um nascimento escolhido por eles próprios. O Sacramento da Crisma tem essa finalidade, de confirmar na fé católica e cristã os que ele recebem por livre e espontânea vontade, refazendo aquela bonita aliança que Deus tanto destacou na Sagrada Escritura: “Não com nossos pais fez o Senhor esta aliança, mas conosco” (Dt 5,3a).
A celebração que marcou a ministração desse Sacramento aconteceu às 19h no Santuário de Nossa Senhora de Nazaré e foi presidida pelo Exmo Revmo Sr Dom Célio de Oliveira Goulart, Bispo Diocesano, concelebrada pelos Padres Rondineli Cristino e José Raimundo e lotou a Igreja.
A assembleia ali reunida presenciou momentos de grande relevância e simplicidade como as leituras proclamadas anunciando que o Senhor Deus mesmo é quem prometeu o Espírito Santo que viria para renovar a face da terra. Padrinhos e crismandos trocaram abraços e orações, promessas e cuidados selando assim, o grande significado desse elo.
Com lardo sorriso no rosto e brilho nos olhos, os catequistas receberam suas devidas homenagens e agradecimentos oriundos do Sr Bispo, dos crismandos e, num simples gesto de concordância e sorriso, do pároco grato por esse trabalho de evangelização. Também partiu dos Catequistas a chama da vela com a qual os jovens renovaram as promessas batismais.
O momento culminante da celebração aconteceu de forma singela, intensa e significativa. Os 91 crismandos se levantaram e subiram ao encontro do Sr Bispo que, com suas mãos eclesiais, ungiu-os com o olho do Crisma dizendo o nome de cada um deles e proclamando um novo pentecostes proferindo as palavras: “Recebei o Espírito Santo!”. Enquanto acontecia esse momento o coral cantava lindas músicas que falavam da divindade da terceira pessoa da Trindade Santa.
Os recém crismados receberam o corpo de Cristo, alimento que tanto sustenta na vida na Igreja como testemunhas do Senhor Jesus vivo. Os momentos finais da celebração foram marcados pela entrada com a imagem de Nossa Senhora sendo trazida pelas mãos de mãe e filho que se preparam juntos para receberem o Sacramento e por uma singela e significativa mensagem de agradecimento da Equipe da Catequese de Crisma para todos aqueles que, com suas mãos, seus pequenos gestos de carinho e dedicação, foram fundamentais para que essa data acontecesse de forma ímpar.
Nas palavras profundas do Sr Bispo dirigidas aos jovens pairava o apelo para eles nunca se esquecerem da Igreja e do prazer em servir a Deus por meio dela. Como o mesmo disse; neste mundo cheio de coisas desenfreadas e de excessos prejudiciais ao bem da juventude, as pessoas precisam de ser sal e luz e levar no peito a cruz e o sinal da crença nesses jovens que não devem ser deixados de lado, mas serem reconhecidos em meio ao temporal.
Depoimentos:
“Sempre sonhei em ser madrinha de Crisma. Esse ano fui surpreendida por dois chamados e aprendi que ser madrinha vai muito mais além do que eu imaginava, não é só levar o crismando até o Bispo é sentir a gratidão de alguém que te acompanhou desde que nasceu ou daquele que se fez especial durante todo período de catequese, é sentir a responsabilidade se der espelho, por fim, é também receber o Espírito Santo de novo de uma forma mais intensa” (Mariane Beatriz, madrinha e catequista)
“Catequese de Crisma foi muito mais que sábados dentro de uma sala de aula, muito mais que ouvir falar da Igreja é o lugar onde formamos nosso modo de pensar, aprendermos o verdadeiro significado de amor e esclarecemos nossa fé. Nossos catequistas são como jardineiros da nossa fé que, a cada encontro fertilizam e regam suas flores, nós não podemos esquecer-nos dos nossos jardineiros.” (Ana Catarina, crismada)
“A gratidão de ver que o trabalho rendeu bons frutos é muito grande. Essa experiência foi única e será minha melhor lembrança. Enganam-se os que acham que só eles (crismandos) aprenderam. Eu aprendi muito mais, pois de sábado em sábado me surpreendia com os testemunhos e relatos dados a cada tema que era tratado. A fé desses jovens e adultos ultrapassa os limites dos olhos humanos.” (Cássia Pereira, catequista)
E que o vento impetuoso que veio do céu fortalecer o que era fraco paire sempre nos corações dos fiéis.
Matéria-Rodrigo Augusto
Fotos-Hélder Ramos