Pensando que a comunidade a cada momento de sua vida busca a
eucaristia como um Sacramento semanalmente celebrado e que sustenta a caminhada
cotidiana ou sente a necessidade de celebrá-la em ocasiões especiais por si ou
por aqueles que amam.
Propõe-se para um aprofundamento sobre o que realmente é este tão salutar Sacramento, para isso segue alguns parágrafos do primeiro capítulo da Carta Encíclica de João Paulo II: Igreja de Eucaristia.
Propõe-se para um aprofundamento sobre o que realmente é este tão salutar Sacramento, para isso segue alguns parágrafos do primeiro capítulo da Carta Encíclica de João Paulo II: Igreja de Eucaristia.
“Instituiu o sacrifício eucarístico do seu corpo e sangue.
As palavras do apóstolo Paulo recordam-nos as circunstâncias dramáticas em que
nasceu a Eucaristia. Esta tem indelevelmente inscrito nela o evento da paixão e
morte do Senhor. Não é só a sua evocação, mas presença sacramental. É o
sacrifício da cruz que se perpetua através dos séculos. Esta verdade está
claramente expressa nas palavras com que o povo, no rito latino, responde à
proclamação « mistério da fé » feita pelo sacerdote: « Anunciamos, Senhor, a
vossa morte ».A Igreja recebeu a Eucaristia de Cristo seu Senhor, não como um
dom, embora precioso, entre muitos outros, mas como o dom por excelência,
porque dom d'Ele mesmo, da sua Pessoa na humanidade sagrada, e também da sua
obra de salvação. Esta não fica circunscrita no passado, pois « tudo o que
Cristo é, tudo o que fez e sofreu por todos os homens, participa da eternidade
divina, e assim transcende todos os tempos e em todos se torna presente
».
Quando a Igreja celebra a Eucaristia, memorial da morte e ressurreição do
seu Senhor, este acontecimento central de salvação torna-se realmente presente
e « realiza-se também a obra da nossa redenção ». Este sacrifício é tão
decisivo para a salvação do género humano que Jesus Cristo realizou-o e só
voltou ao Pai depois de nos ter deixado o meio para dele participarmos como se
tivéssemos estado presentes. Assim cada fiel pode tomar parte nela,
alimentando-se dos seus frutos inexauríveis. Esta é a fé que as gerações
cristãs viveram ao longo dos séculos, e que o magistério da Igreja tem
continuamente reafirmado com jubilosa gratidão por dom tão inestimável.
É esta verdade que desejo recordar mais uma vez, colocando-me convosco, meus queridos irmãos e irmãs, em adoração diante deste Mistério: mistério grande, mistério de misericórdia. Que mais poderia Jesus ter feito por nós? Verdadeiramente, na Eucaristia demonstra-nos um amor levado até ao « extremo » (cf. Jo 13, 1), um amor sem medida. Este aspecto de caridade universal do sacramento eucarístico está fundado nas próprias palavras do Salvador. Ao instituí-lo, não Se limitou a dizer « isto é o meu corpo », « isto é o meu sangue », mas acrescenta: « entregue por vós (...) derramado por vós » (Lc 22, 19-20). Não se limitou a afirmar que o que lhes dava a comer e a beber era o seu corpo e o seu sangue, mas exprimiu também o seu valor sacrificial, tornando sacramentalmente presente o seu sacrifício, que algumas horas depois realizaria na cruz pela salvação de todos. « A Missa é, ao mesmo tempo e inseparavelmente, o memorial sacrificial em que se perpetua o sacrifício da cruz e o banquete sagrado da comunhão do corpo e sangue do Senhor ».
É esta verdade que desejo recordar mais uma vez, colocando-me convosco, meus queridos irmãos e irmãs, em adoração diante deste Mistério: mistério grande, mistério de misericórdia. Que mais poderia Jesus ter feito por nós? Verdadeiramente, na Eucaristia demonstra-nos um amor levado até ao « extremo » (cf. Jo 13, 1), um amor sem medida. Este aspecto de caridade universal do sacramento eucarístico está fundado nas próprias palavras do Salvador. Ao instituí-lo, não Se limitou a dizer « isto é o meu corpo », « isto é o meu sangue », mas acrescenta: « entregue por vós (...) derramado por vós » (Lc 22, 19-20). Não se limitou a afirmar que o que lhes dava a comer e a beber era o seu corpo e o seu sangue, mas exprimiu também o seu valor sacrificial, tornando sacramentalmente presente o seu sacrifício, que algumas horas depois realizaria na cruz pela salvação de todos. « A Missa é, ao mesmo tempo e inseparavelmente, o memorial sacrificial em que se perpetua o sacrifício da cruz e o banquete sagrado da comunhão do corpo e sangue do Senhor ».
A Igreja vive continuamente do
sacrifício redentor, e tem acesso a ele não só através duma lembrança cheia de
fé, mas também com um contacto actual, porque este sacrifício volta a estar
presente, perpetuando-se, sacramentalmente, em cada comunidade que o oferece
pela mão do ministro consagrado. Deste modo, a Eucaristia aplica aos homens de
hoje a reconciliação obtida de uma vez para sempre por Cristo para humanidade
de todos os tempos. Com efeito, « o sacrifício de Cristo e o sacrifício da
Eucaristia são um único sacrifício ». Já o afirmava em palavras expressivas
S. João Crisóstomo: « Nós oferecemos sempre o mesmo Cordeiro, e não um hoje e
amanhã outro, mas sempre o mesmo. Por este motivo, o sacrifício é sempre um só.
[...] Também agora estamos a oferecer a mesma vítima que então foi oferecida e
que jamais se exaurirá ».)A Missa torna presente o sacrifício da cruz; não é
mais um, nem o multiplica. O que se repete é a celebração memorial, a « exposição
memorial » (memorialis demonstratio), de modo que o único e definitivo
sacrifício redentor de Cristo se actualiza incessantemente no tempo. Portanto,
a natureza sacrificial do mistério eucarístico não pode ser entendida como algo
isolado, independente da cruz ou com uma referência apenas indirecta ao
sacrifício do Calvário..
Em virtude da sua íntima relação com o sacrifício do
Gólgota, a Eucaristia é sacrifício em sentido próprio, e não apenas em sentido
genérico como se se tratasse simplesmente da oferta de Cristo aos fiéis para
seu alimento espiritual. Com efeito, o dom do seu amor e da sua obediência até
ao extremo de dar a vida (cf. Jo 10,17-18) é em primeiro lugar um dom a seu
Pai. Certamente, é um dom em nosso favor, antes em favor de toda a humanidade
(cf. Mt 26, 28; Mc 14, 24; Lc 22, 20; Jo 10, 15), mas primariamente um dom ao
Pai: « Sacrifício que o Pai aceitou, retribuindo esta doação total de seu
Filho, que Se fez “obediente até à morte” (Flp 2, 8), com a sua doação paterna,
ou seja, com o dom da nova vida imortal na ressurreição ».
Ao entregar à Igreja
o seu sacrifício, Cristo quis também assumir o sacrifício espiritual da Igreja,
chamada por sua vez a oferecer-se a si própria juntamente com o sacrifício de
Cristo. Assim no-lo ensina o Concílio Vaticano II: « Pela participação no
sacrifício eucarístico de Cristo, fonte e centro de toda a vida cristã, [os
fiéis] oferecem a Deus a vítima divina e a si mesmos juntamente com ela .”
Carta Encíclica de João Paulo II: "Igreja de Eucaristia"
Matéria - Carmen Nogueira
Fotos - Arquivo Pascom e internet
Fotos - Arquivo Pascom e internet
Nenhum comentário:
Postar um comentário