segunda-feira, 23 de março de 2015

2º dia do Setenário das Dores de Maria Santíssima

“Quem se apega à sua vida, perde-a; mas quem faz pouca conta de sua vida neste mundo, conservá-la-á para a vida eterna.” (Jo 12, 20-33)

         Entre as dores de Maria e o chamado de Jesus, o Ser Cristão



Neste último domingo (22), foi celebrada a Santa Missa no Santuário de Nossa Senhora de Nazaré, às 19h, presidida pelo Reverendíssimo Pe. Rondineli Cristino, a qual contou com a participação de muitos fiéis e promoveu a reflexão sobre o propósito de Deus ao enviar o seu único Filho para morrer por nós e assim nos abrir a possibilidade de partilhar com Ele do Reino dos Céus.


A partir desse princípio de salvação, o Santo Evangelho nos propõe a refletir sobre a efemeridade da vida  terrena e a necessidade de buscar sempre as coisas do Alto. Quando procurado por Filipe e André, Jesus expressa o propósito que o fez descer à terra e habitar entre os homens – a Glória do Senhor. Portanto, somos chamados a ser o trigo que morre para esse mundo e entrega a sua existência para a vida celeste. Se somos confundidos pelo joio que nos cerca, acabamos por ficar cegos e caminhar em qualquer direção quando na verdade só o Senhor deve ser o nosso refúgio. E quão revelador é o momento em que Deus Pai acalenta o Deus Filho por uma voz que vem dos céus e diz que este será para sempre glorificado. Em suas chagas, sofrimentos e angústias, o Senhor sempre esteve com Jesus, o qual manteve firme a sua Fé no Pai que o enviou. Dessa forma, Jesus busca nos educar como cristãos no sentido de valorizar o que de Deus procede e também de compreender nossas dores como o símbolo da cruz que devemos carregar, suportar e agradecer porque assim somos capazes de honrar toda a paixão de Cristo por nós e todo amor que nenhuma espada, lança ou punhal puderam atingir.


Ao final da celebração da Santa Missa, teve início o Setenário das Dores de Maria Santíssima. Em virtude disso, o Reverendíssimo Pe. Rondineli ressaltou a grandeza do exemplo de Maria que aceitou resignada os planos do Senhor para seu Amado Filho. 




Embora tenha sofrido junto com Jesus e carregado simbolicamente aquela Cruz com Ele, Maria não se desesperou nem revoltou-se contra Deus. Sem qualquer sombra de indignação, suas lágrimas representam a dor de ver seu filho humilhado, mas também a certeza de que Ele retornaria para junto de seu Pai e ressuscitaria ao Terceiro Dia para vencer o Pecado e a Morte, contrariar a ciência dos homens e manifestar enfim a sua Divina Glória.



Aos pés da cruz, Maria soube sofrer em silêncio e acima de tudo soube ser obediente a Deus e aceitar com Fé os seus planos de redenção para a humanidade. A cruel espada no peito de Jesus traça o limite da incredulidade humana baseada na morte como o fim do sopro de vida que nos é dado. 




Definitivamente, como cristãos autênticos, a vida não pode ser concebida assim. O Senhor não nos oferta meramente um sopro de vida que ao longo do tempo pode cessar, o que Ele quer de nós é a certeza inabalável de que Ele é, em si mesmo, a Vida e que esta não reside nos órgãos ou tecidos de Jesus que Longinus atravessou com a lança. 




Aos pés da nossa própria cruz, aceitemos com resignação os percalços de nosso caminho. Sem sopro de vida e com a Fé sendo nosso balão de oxigênio: respiremos o Senhor!






Matéria - Guilherme Augusto
Fotos - Carmen Nogueira e Waldecy Junior

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