“Quem se apega à sua vida, perde-a; mas quem faz pouca conta de sua vida
neste mundo, conservá-la-á para a vida eterna.” (Jo 12, 20-33)
Entre as dores de
Maria e o chamado de Jesus, o Ser Cristão
A partir desse
princípio de salvação, o Santo Evangelho nos propõe a refletir sobre a
efemeridade da vida terrena e a
necessidade de buscar sempre as coisas do Alto. Quando procurado por Filipe e
André, Jesus expressa o propósito que o fez descer à terra e habitar entre os
homens – a Glória do Senhor. Portanto, somos chamados a ser o trigo que morre
para esse mundo e entrega a sua existência para a vida celeste. Se somos confundidos
pelo joio que nos cerca, acabamos por ficar cegos e caminhar em qualquer
direção quando na verdade só o Senhor deve ser o nosso refúgio. E quão
revelador é o momento em que Deus Pai acalenta o Deus Filho por uma voz que vem
dos céus e diz que este será para sempre glorificado. Em suas chagas,
sofrimentos e angústias, o Senhor sempre esteve com Jesus, o qual manteve firme
a sua Fé no Pai que o enviou. Dessa forma, Jesus busca nos educar como cristãos
no sentido de valorizar o que de Deus procede e também de compreender nossas
dores como o símbolo da cruz que devemos carregar, suportar e agradecer porque
assim somos capazes de honrar toda a paixão de Cristo por nós e todo amor que
nenhuma espada, lança ou punhal puderam atingir.
Ao final da
celebração da Santa Missa, teve início o Setenário das Dores de Maria
Santíssima. Em virtude disso, o Reverendíssimo Pe. Rondineli ressaltou a
grandeza do exemplo de Maria que aceitou resignada os planos do Senhor para seu
Amado Filho.
Embora tenha
sofrido junto com Jesus e carregado simbolicamente aquela Cruz com Ele, Maria
não se desesperou nem revoltou-se contra Deus. Sem qualquer sombra de
indignação, suas lágrimas representam a dor de ver seu filho humilhado, mas
também a certeza de que Ele retornaria para junto de seu Pai e ressuscitaria ao
Terceiro Dia para vencer o Pecado e a Morte, contrariar a ciência dos homens e
manifestar enfim a sua Divina Glória.
Aos pés da cruz,
Maria soube sofrer em silêncio e acima de tudo soube ser obediente a Deus e
aceitar com Fé os seus planos de redenção para a humanidade. A cruel espada no
peito de Jesus traça o limite da incredulidade humana baseada na morte como o
fim do sopro de vida que nos é dado.
Definitivamente, como cristãos autênticos, a
vida não pode ser concebida assim. O Senhor não nos oferta meramente um sopro
de vida que ao longo do tempo pode cessar, o que Ele quer de nós é a certeza
inabalável de que Ele é, em si mesmo, a Vida e que esta não reside nos órgãos
ou tecidos de Jesus que Longinus atravessou com a lança.
Aos pés da nossa
própria cruz, aceitemos com resignação os percalços de nosso caminho. Sem sopro
de vida e com a Fé sendo nosso balão de oxigênio: respiremos o Senhor!
Matéria - Guilherme Augusto
Fotos - Carmen Nogueira e Waldecy Junior
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