"Ó vós todos que passais
pelo caminho, olhai e vede se existe dor semelhante à dor que me
atormenta" (Lam 1,
12).
Santa Missa e Procissão
A última terça-feira do mês de março se
tornou marcante na vida dos fiéis devotos de Nossa Senhora das Dores e do Bom
Jesus dos Passos, na Paróquia/Santuário Nossa Senhora de Nazaré. Tal fato se dá
pelo dia da memória do encontro de Jesus e Maria no caminho do Calvário.
Às 18h 30min, na Igreja Nossa
Senhora do Rosário, a Santa Missa fora presidida pelo reverendíssimo Padre
Nelber Rodrigues, SCJ e concelebrada pelo nosso pároco Rondineli Cristino.Logo
após a celebração, os cristãos se dirigiram em procissão para celebrar o
Encontro de Jesus com Maria, momento este em que todo o percurso foi marcado por hinos
orquestrados e marchas fúnebres entoadas pela Banda Municipal Nossa Senhora de
Nazaré.
Ao longo do itinerário realizaram-se
meditações nos passinhos marcadas por pedidos a Deus para que olhe pelas
famílias,a qual o Senhor livremente se entregou aos inimigos e sofreu o
suplicio da cruz
Nas proximidades da sede da Prefeitura Municipal,
Irmão Domingos Vasconcelos pronunciou o Sermão do Encontro, ao qual com grande inspiração
em falar daquele momento impar abordou:
““ Bendito és Tu Meu
Senhor, Santo Deus, a Segunda Pessoa da Santíssima Trindade, Juiz dos vivos e
dos mortos que se dignou a passar pelo mundo dos homens, ser julgado e por fim
condenado à morte”.
Quando trabalhamos
nos tornamos co-criadores. Trabalhar é preciso, mas parar também é preciso
porque a atividade humana não pode por um fim em si mesmo, pois o essencial é Deus,
Ele é o principio de todo homem e de toda mulher e homem e mulher só se
realizam quando Deus é o seu fim, quando entregam suas vidas para Deus.
São Paulo diz: “Deus
pensou em nós antes da criação do mundo”. Por isso a finalidade da vida é
deixar-se orientar. Então somos chamados a participar da vida divina. Somos
criados a imagem e semelhança de Deus, capaz de entrar em dialogo com Ele.
Entremos em dialogo
com Deus em busca de nossa redenção. Eis o homem, a sentença de morte proferida
contra ele. E o patíbulo reza sobre seus divinos ombros. Pilatos para não
perder uma parcela do seu prestigio, seu poder, seguiu vergonhosamente e a
aprovou a sentença de aprovação mesmo não vendo Nele mal algum. A partir dessa
condenação, Jesus inicia sua marcha dolorosa pelo calvário.
Foi ele mesmo que
disse um dia: Eu sou o caminho, a verdade e a vida! Portanto ao dizer essas
palavras, Ele deixou o roteiro de seus passos. Não somos cegos errantes, nem
caminheiros sem destino, nem transeuntes perambulantes pela Terra sem saber aonde
iremos. Temos um caminho a ser seguido, uma verdade a ser acreditada, uma vida
a ser vivida, continuada através do modo de ser e viver.
Contemplemos a cena
que desenrola aos nossos olhos. Este foi e continuará sendo o maior encontro
feito na face da Terra. A entrada do Eterno na dimensão do templo. Deus
revestido da carne humana, feito homem, foi educado por seus pais na lei
Mosaica de seu tempo, um perfeito cumpridor da Lei.
Mesmo assim foi
julgado e condenado pelas autoridades políticas, religiosas por se comportar
como um herege que se dizia filho de Deus.
Prestes a perder sua
vida pela ingratidão do mundo, por não ser compreendido contemplemos, pois
Maria, Ela faz com que a distância entre o Divino e o Humano seja quebrada.
Desejosa de encontrar
o filho, Ela caminha pela noite, sabe que Ele esta por perto, pois coração de
mãe é capaz de sentir o que passa com um filho mesmo na distância. Assim são as
mães nos dias atuais: sempre com uma advertência.
Talvez a dor maior de
uma mãe não é aquela que ela presencia, mas aquela que não pode ser vista, aquela
que não pode transmitir seu afago materno, dar o carinho do coração sensível
que Deus colocou na figura feminina.
Contemplemos a imagem
de Nosso Senhor com a cruz nas costas e lembremos de nossos pais. O sofrimento
de Jesus não foi por causa da sua desobediência, mas pela ingratidão do mundo e
infelizmente essa cena se repete com freqüência em nossos dias quando os pais
carregam a cruz da ingratidão dos filhos.
Olhando para Maria
lembremos de nossas mães, que elas não deixem de ocupar o lugar sensível de
mulher forte. Sejam, pois mulheres semelhantes as da Sagrada Escritura:
Corajosas, construtoras da história da Salvação.
O gesto máximo de
solidariedade nos últimos passos rumo ao calvário: O humano tocando o Divino, o
Divino tocando o Humano.
Deus agraciou a
mulher com o ventre capaz de receber e gerar, com a sensibilidade de coração de
crer e sentir.
E para finalizar,
como cristãos batizados temos o compromisso que esse encontro seja continuado
em nossa história, o encontro de DEUS com seu povo e do povo com Deus.”
Sermão do
Calvário
Após a reflexão onde Maria encontra seu filho
Jesus, toda comunidade se encaminhou ao Santuário onde ocorreu o Sermão do
Calvário.
Irmão Domingos Vasconcelos falou da chegada
ao Calvário, chamado Gólgota, que quer dizer lugar em que o amor traçou entre o
céu e a Terra o elo definitivo da nova e eterna aliança.
A manifestação de amor maior em favor de
todos nós está entre o poder e a misericórdia que está situado no Calvário. A
dor que parece miséria depois se manifesta riqueza.
Gólgota foi uma necessidade criada pela
maldade humana para por em relevo a bondade de Deus.
Quantas glórias ilusórias a humanidade anda
buscando nesse mundo? Quando estamos mergulhados no abismo da morte, Deus nos
arranca deste abismo e nos devolve ao paraíso perdido.
Devemos lembrar sempre que Deus deu-nos vida
por sua morte e questionarmos a quanto anda o nosso amor por Jesus em nossas
famílias, trabalho e em comunidade?
Ao final do Sermão levou a meditar que ao
beijar os pés de Nosso Senhor na Sexta - Feira da Paixão peçamos a Ele que leve
nossos pecados, nossa falta de amor para que na hora de nossa morte possamos
dizer com confiança: “Nas vossas mãos entrego meu Espírito”!
Matéria - Cássia Pereira
Fotos - Carmen Nogueira, Everton Modesto e Géssica Heloísa
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