Parte da tradição católico-cristã, as cerimônias dedicadas a São Jorge no mundo inteiro, independentemente da religião, da classe social, da etnia e da nacionalidade. O grande simbolismo do santo guerreiro em várias crenças adverte a necessidade de respeitar os diferentes caminhos de fé que muitos irmãos escolhem para chegar a Deus. Seja por vias do catolicismo ou por outras possíveis, cabe a certeza de que São Jorge defende a ferro e fogo, todos aqueles que buscam abrigar-se sob a lâmina de sua espada e por detrás do seu poderoso escudo.
No entanto, em uma sociedade cada vez mais propensa a consumir, a obsessão por bens materiais e por alegrias rasas vem minando a relação com o próximo e sobretudo o contato com as bem-aventuranças do Senhor. Celebrar as graças evocadas pela figura de São Jorge precisa transcender a ideia simples e banal de uma cavalgada festiva ao longo das ruas e praças da cidade. Sua biografia nos conta que São Jorge foi um oficial romano que nasceu na Capadócia e lutou com muita bravura em nome da fé cristã, até então perseguida por Diocleciano, o sumo imperador de Roma. Por isso, muito além de um mero itinerário, o cortejo de São Jorge reproduz os testemunhos e as façanhas do funcionário romano que se sujeitou a torturas e mutilações para que hoje possamos cavalgar pelas ruas e professar o amor de Cristo.
Embora tenha sido decapitado por ordens do imperador Diocleciano, a morte do valente guerreiro não foi em vão. Tempos depois, Constantino sobe ao poder e decreta o fim das sangrentas e cruéis perseguições que sofriam os cristãos. Por menos Dioclecianos e mais Constantinos, São Jorge segue neutralizando os dragões diários que afligem tantas pessoas. Tais dragões, longe de serem imaginários, estão presentes na fome, no desemprego, na dependência química e em tantos outros males que devastam muitas famílias. A pergunta sobre onde está São Jorge a não ser na imagem esculpida por Deus permanece como incógnita. Como em todas as perguntas complexas, a resposta é assustadoramente simples: Assim como os dragões sobrevivem nas mazelas do mundo, São Jorge precisa respirar em nosso fôlego imbatível de cristãos. O dia de amanhã é uma grande oportunidade para colocarmos em prática o legado de São Jorge e sermos verdadeiros soldados do seu exército de amor.
Matéria- Guilherme Freitas
Fotos- Arquivos da Pascom
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