Viva o Cristo Ressuscitado!
Aleluia! Aleluia!
Após o cenário interno e externo de luto da Igreja por honra dos
mistérios de Paixão e Morte de Nosso Senhor Jesus Cristo, é chegada a hora de
testemunhar a vitória da vida sobre a morte através da Ressurreição do Emanuel, Este que agora, conforme profetizado pelo Profeta Isaías, é Deus conosco. Em
Nazareno, como em tantas outras partes do mundo cristão, a aurora da Santa
Páscoa trouxe com ela o júbilo das Celebrações Eucarísticas, o Sacramento do Batismo e a caminhada de fé para professar a vitória de Jesus sobre o pecado e
a morte.
A
etimologia da palavra "Páscoa" deriva do latim e significa passagem,
ou seja, a transição do mundo anterior à encarnação do Filho Unigênito de Deus
para um Mundo Novo, onde os pecados são lavados pelo Sangue misericordioso de
Jesus. Além disso, a festividade pascal remete também à restauração do paraíso
e da eternidade, uma vez que tendo superado os grilhões da morte, Cristo
ressurge como caminho para os que vivem e destino seguro para os que hão de
repousar nas águas tranquilas do seu mar de bênçãos.
Nesse
espírito fortificado pelo Corpo de Cristo Crucificado, é que foram promovidas
todas as cerimônias de louvor ao Salvador que Ressuscitou e agora nos
aguarda à Direita do Pai. Às 8h, 11h e após a procissão do dia de ontem (27), a
Paróquia/Santuário Nossa Senhora de Nazaré celebrou a Santa Missa em ação de
graças pela glória do Cristo Ressuscitado.
Nessas três oportunidades, sobretudo
na Missa Solene de encerramento da Semana Santa, o Reverendíssimo Padre
Rondineli Cristino preponderou o caráter revolucionário da Páscoa do Senhor,
pois é de suma importância que ressuscitemos com Jesus e nos tornemos pessoas
novas e desapegadas de toda e qualquer realidade de morte. Muito além do que
costumamos imaginar, a morte pode estar presente na própria vida, sob a forma
de atitudes e comportamentos que nos afastam de Deus. Por isso, a exemplo de
Jesus, somos convidados a abandonar as vestes mortuárias e o sepulcro instalado
por tanto tempo dentro de nós. Renovados pela glória da Ressurreição, assumimos
a certeza de que o fim da Semana Santa é meramente simbólico, tendo em vista
que suas lições e ensinamentos irão se perpetuar em gestos de amor e caridade
para com nossos irmãos.
Nesse
período de reflexão litúrgica e pessoal da Palavra de Deus, velhos cristãos
rejuvenescem a sua Fé e reafirmam o seu compromisso eclesial com os mandamentos
que regem a Casa do Senhor. Segundo o mesmo propósito, novos cristãos
também inauguraram seu percurso de
Santidade através da unção batismal. Assim, consumou-se o sacramento do Batismo
às 9h, o qual configurou-se como momento único de imersão dos recém-nascidos na
vida que não terá fim. De agora em diante, as quatorze vidas batizadas pelas
mãos ungidas de Padre Rondineli deixaram de possuir apenas uma existência
humana e biológica para incorporar uma vida que é dádiva de Deus e nada há no
mundo capaz de romper os sagrados vínculos dessa Aliança com as Coisas do Alto.
Às
17h30, a Solene Procissão Luminosa da Ressurreição representou os passos dos
fiéis em direção a um tempo de graça, reconciliação e entrega aos planos do
Senhor. Com a constatação de Maria Madalena e dos outros discípulos acerca da
Ressurreição de Jesus, as trevas dão lugar à luz, o silêncio é substituído pela
profusão de vozes unidas para cantar e a Igreja desnudada pela dor é novamente
vestida e revestida de flores, ornamentos e alegria pascal. Sem sombra de
dúvidas, a magia desse momento foi perfeitamente reproduzida pela talentosa
performance da Banda Municipal e do Coral e Orquestra de Nossa Senhora de
Nazaré. O término da procissão foi marcado pela Adoração ao Santíssimo na porta
do Santuário.
Se
é verdade que o silêncio da Sexta-feira Santa era Deus falando em nós, também é
correto dizer que todas aquelas palavras afogadas no peito latente de dor devem
agora ser proclamadas com a alegria inenarrável da Ressurreição. O Verbo feito
Carne retorna à sua condição de Verbo, de Palavra impressa na alma e na boca
dos cristãos. Por isso, antes e acima de qualquer gesto, as palavras configuram
o primeiro passo para o amor. Afinal, Deus é silêncio e só pode amar aquele
capaz de traduzi-lo em palavras que digam e façam um mundo melhor para si e
para os outros.
Matéria- Guilherme Freitas
Fotos- Carmen Nogueira, Cassia Pereira, João Carlos Castanheira e João Paulo Ávila
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