sábado, 26 de março de 2016

Solene Ação Litúrgica

“Tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim.”

Em muitos filmes quando o povo está debilitado, a esperança perdida e as forças esgotadas, vem do alto, misteriosamente um herói para resgatar os fracos e lutar pelas causas perdidas. Do mais alto dos céus veio um herói de coração divino, consubstancial ao Pai que em uma sexta-feira fez o elo perfeito entre o céu e a terra e abriu os seus braços para que o mundo fosse salvo e os homens dignos de salvação.
Mais uma Sexta-feira Santa foi marcada pela tradição, fé e espiritualidade que envolve o povo de Deus, filhos da Paróquia/Santuário Nossa Senhora de Nazaré. A criação divina se reuniu no Santuário para as 15h participarem da Solene Ação Litúrgica que fazia memória da hora em que a terra tremeu e nas mãos do Pai, Jesus entregou o seu Espírito.
A celebração teve como presidente o Revmo. Padre Rondineli Cristino e a reverendíssima participação do Padre Pedro Paulo, scj. Os paramentos vermelhos lembravam o sangue derramado por Cristo, a igreja estava escura, os altares desnudados sem nenhuma ornamentação, ecoava o som dos estalos de rosmaninho e o seu cheio se juntava ao incenso; pairava o luto.
Os sacerdotes prostraram-se totalmente no chão reverenciando o altar, as leituras apresentavam o servo de Deus, o sacerdote perfeito esmagado, pisoteado e cuspido que tomou sobre si as dores dos homens.
O evangelho proclamado solenemente narrava os fatos que marcaram os sofrimentos de Jesus desde o Horto das Oliveiras onde suas companhias adormeceram e houve suor, sangue, angústia e amor, até o alto do Calvário, do monte chamado Gólgota onde se realizou a salvação tal qual Deus Pai queria.
A homilia proferida Padre Pedro falava do amor de Cristo para como o mundo que, pela sua morte, foi capaz de dar vida aos homens, o Cordeiro de Deus tinha sede; sede de liberdade e quando não lhe sobrava mais nada, pois a poeira e o sangue já escorriam por seu rosto desfigurado, Ele reconheceu Maria e deu-A como Mãe dos homens.
Foi em um madeiro romano que o mundo foi salvo, em um pedaço de madeira erguido para matar e castigar aqueles que traiam a lei que o Senhor fora pregado, foi a Cruz que abriu o Céu para os homens, por ela o véu do tempo se rasgou, por ela o amor se revelou, nela um homem sem culpa morreu por um povo culpado.
A Santa Cruz adentrou ao Santuário velada e depois fora colocada à veneração pública, tocada pelos homens para que o beijo os libertassem das paixões enganadoras.



"Beijo a tua cruz que condena e esmaga o pecado em mim"


Belíssimo foi o esposo que partiu seu corpo, não para uns, nem para outros, mas por todos. Tomai todos! A Sagrada Eucaristia consagrada na noite de quinta-feira, dia da Ceia, foi distribuída para o povo para que, nutridos pelo Pão da Vida, perpetuarem na terra dos viventes o espírito de cristão que é rico em misericórdia.

A oração universal e a prece pelo povo marcaram o final da celebração.


Matéria: Rodrigo Augusto
Fotos: Hugo Geovane

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