terça-feira, 8 de abril de 2014

4º dia do Setenário - “Maria encontra seu filho Jesus no caminho do Calvário”





Após a Santa Missa das 19h, na reflexão da noite do 4º dia do setenário, padre Rondineli ressaltou primeiramente os três últimos anos da vida de Jesus, ou seja, sua vida pública, o ápice de sua missão, onde fez suas pregações mais esplendorosas, realizou milagres e grandes obras, os mesmos anos que Maria, de longe, sofria as dores de seu filho amado. Além disso, os trinta anos que viveu Jesus com sua mãe Maria Santíssima, que o educava como uma simples e dedicada mãe, que mesmo sendo a escolhida para gerar o Redentor, nunca quis se exaltar e sim viver para a glória maior de Deus.



"Nos últimos passos de Jesus, que carregava às costas toda uma humanidade pecadora, nos deparamos com o sofrimento do Salvador, sofrimentos esses que ainda hoje sentimos em nossa árdua caminhada para o calvário de nossas vidas, não só os sofrimentos físicos, mas também os psíquicos, os da alma, que são mais dolorosos ainda e que fez com que o Cristo se abatesse ainda mais no seu caminho, mas sofrimentos que Ele aceitou com coragem e determinação.

Voltamo-nos então para a figura de Nossa Senhora, que mesmo não estando presente em muitos fatos da Paixão de seu filho, sempre se fez presente no coração do Cristo. Essa é a realidade de muitas mães sofredoras nos dias de hoje, que mesmo de longe, mas sabendo o que acontece com seus filhos e sofrendo amarguradas, têm seu coração em sintonia com o coração do filho, tudo vê e por eles têm compaixão.


Quantas são as mães que querem ajudar seus filhos a carregar as cruzes dos seus sofrimentos e vícios, drogas, bebida...enfim caminhos sem volta, vias dolorosas como as de Cristo. E essa é a atitude de Maria, ir ao encontro de seu amado filho Jesus que caminha agora para o calvário, sem nenhum medo e sem receio pois sabe que pode confiar no poder do Altíssimo. Ela vai com o coração palpitante, quando vê uma aglomeração de pessoas e mesmo sem ver o filho sabe que ele está ali.
Dá-se então o encontro doloroso, um encontro de um coração divino, mas já todo ferido e de outro, que é doce e cheio de ternura, mas que chora e está amargurado. São olhares que se cruzam, e que dizem tudo, sem ser necessário dizer uma só palavra. Nos olhos de Maria, a dor e consolo para Cristo e na face do Salvador o sofrimento e a certeza de que a vontade de Deus está sendo cumprida.

     
 Vemos como é bonito, mas ao mesmo tempo doloroso este encontro e como remonta tão bem a realidade, de mães que se doam por inteiras, até seus mais dolorosos sofrimentos e últimas angústias por seus filhos, decaídos pelo pecado e pela morte, mas também de aceitação corajosa tanto de Maria Santíssima, como de Jesus. Tudo isso faz com que nos voltemos para nós mesmos e reflitamos como nós, na maioria das vezes, não aceitamos nossas cruzes e nos contentamos e aceitamos  arrogantemente um Cristo sem cruz, ou seja, uma vida sem os sofrimentos, querendo seguir uma religião sem dores e nos satisfazer com alegrias passageiras, que precisam de sofrimentos para que sejam eficazes.
Assim deve ser a nossa vida, de aceitação, desprendimento, compaixão e acima de tudo reconhecendo nossos pecados e sendo firmes na fé.   
            

                                                                                         Texto: Camilo Augusto
Fotos: Helder Costa 
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