Após a Santa Missa das 19h, na
reflexão da noite do 4º dia do setenário, padre Rondineli ressaltou
primeiramente os três últimos anos da vida de Jesus, ou seja, sua vida pública,
o ápice de sua missão, onde fez suas pregações mais esplendorosas, realizou
milagres e grandes obras, os mesmos anos que Maria, de longe, sofria as dores
de seu filho amado. Além disso, os trinta anos que viveu Jesus com sua mãe
Maria Santíssima, que o educava como uma simples e dedicada mãe, que mesmo
sendo a escolhida para gerar o Redentor, nunca quis se exaltar e sim viver para
a glória maior de Deus.
"Nos últimos passos de Jesus, que
carregava às costas toda uma humanidade pecadora, nos deparamos com o
sofrimento do Salvador, sofrimentos esses que ainda hoje sentimos em nossa
árdua caminhada para o calvário de nossas vidas, não só os sofrimentos físicos,
mas também os psíquicos, os da alma, que são mais dolorosos ainda e que fez com
que o Cristo se abatesse ainda mais no seu caminho, mas sofrimentos que Ele
aceitou com coragem e determinação.
Voltamo-nos
então para a figura de Nossa Senhora, que mesmo não estando presente em muitos
fatos da Paixão de seu filho, sempre se fez presente no coração do Cristo. Essa
é a realidade de muitas mães sofredoras nos dias de hoje, que mesmo de longe,
mas sabendo o que acontece com seus filhos e sofrendo amarguradas, têm seu
coração em sintonia com o coração do filho, tudo vê e por eles têm compaixão.
Quantas são as mães que querem
ajudar seus filhos a carregar as cruzes dos seus sofrimentos e vícios, drogas,
bebida...enfim caminhos sem volta, vias dolorosas como as de Cristo. E essa é a
atitude de Maria, ir ao encontro de seu amado filho Jesus que caminha agora
para o calvário, sem nenhum medo e sem receio pois sabe que pode confiar no
poder do Altíssimo. Ela vai com o coração palpitante, quando vê uma aglomeração
de pessoas e mesmo sem ver o filho sabe que ele está ali.
Dá-se
então o encontro doloroso, um encontro de um coração divino, mas já todo ferido
e de outro, que é doce e cheio de ternura, mas que chora e está amargurado. São
olhares que se cruzam, e que dizem tudo, sem ser necessário dizer uma só
palavra. Nos olhos de Maria, a dor e consolo para Cristo e na face do Salvador
o sofrimento e a certeza de que a vontade de Deus está sendo cumprida.
Vemos como é bonito, mas ao mesmo tempo doloroso este encontro e como remonta tão bem a realidade, de mães que se doam por inteiras, até seus mais dolorosos sofrimentos e últimas angústias por seus filhos, decaídos pelo pecado e pela morte, mas também de aceitação corajosa tanto de Maria Santíssima, como de Jesus. Tudo isso faz com que nos voltemos para nós mesmos e reflitamos como nós, na maioria das vezes, não aceitamos nossas cruzes e nos contentamos e aceitamos arrogantemente um Cristo sem cruz, ou seja, uma vida sem os sofrimentos, querendo seguir uma religião sem dores e nos satisfazer com alegrias passageiras, que precisam de sofrimentos para que sejam eficazes.
Texto:
Camilo Augusto
Fotos: Helder Costa
Internet
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