sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

O mártir São Sebastião: contra a fome, a peste e a guerra de um mundo sem amor



Imaginemos um homem de carne e osso como nós, designado para a função de Primeiro Capitão do Império Romano. Precisaremos voltar ao século III d.C. para vislumbrar o nascimento desse nobre funcionário do serviço militar. No entanto, se apenas fosse este o seu serviço, ele seria certamente mais um ser humano de pecados e virtudes como nós. Apesar das duras perseguições sofridas pelos cristãos em sua época, este Filho de Deus inspirou-se no exemplo de Jesus e dos apóstolos para professar a fé cristã e testemunhar o Deus da Santíssima Trindade.




Agora percebemos não se tratar de um homem comum, mas de um herói capaz de ofertar a própria vida como símbolo do amor incondicional que o Senhor nos concede para além das limitações físicas e temporais. Este foi São Sebastião: um soldado romano que escolheu vivenciar a missão evangelizadora e amar aqueles que o dever militar mandava perseguir e castigar com a morte. Mais uma vez, vemos o Amor e a Santidade transgredirem a lei para que o nome do Senhor seja conhecido em todas as partes e por todas as criaturas.


Por isso, apesar de conviver com os cultos pagãos e as falsas idolatrias, São Sebastião nunca deixou de comunicar ao povo romano o mistério da salvação e do Deus Uno e Tríduo conforme a perfeita comunhão do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Em meio à cegueira espiritual instaurada pela crença politeísta, nosso querido mártir não hesitou em anunciar a Palavra e até mesmo proteger em segredo seus irmãos punidos por perseverar na verdade do Cristo Ressuscitado.



Quando tais atitudes chegaram ao conhecimento do Imperador Maximiano, este não teve como São Sebastião o discernimento necessário para compreender a diferença fundamental entre as obrigações do dever e a entrega da missão. Assim, o soldado do exército de Cristo foi amarrado, exposto em praça pública e recebeu inúmeras flechadas até cogitarem que estava morto. Ainda vivo, foi salvo por Irene, outra cristã vítima do código romano. Entretanto, o desejo de servir e a impossibilidade da renúncia ao Amor de Deus levaram São Sebastião a morrer como mártir na segunda tentativa do Império de matar um de seus filhos mais ilustres e bem-aventurados.



Tendo em vista as dificuldades encontradas pelo povo cristão ao longo de sua História, torna-se muito importante refletir sobre o exemplo da sagrada figura de São Sebastião. Apesar de todos os desafios e barreiras encontradas para uma vida plenamente cristã, não há nada que uma Fé autêntica não possa superar. Muito mais do que senti-la, é preciso testemunhá-la em atos de amor e caridade para com nossos irmãos.



 Com toda certeza, esse belíssimo propósito falou ao coração do Santo Padre, o Papa Francisco, no momento em que o Ano Santo da Misericórdia foi anunciado aos cristãos de todo o mundo. Afinal, em um mundo de consumo e de competição, as desigualdades sociais e o individualismo impedem que possamos nos doar para o próximo e confortá-lo na falta de pão e de Amor.

Matéria- Guilherme Freitas
Fotos- Aquivos da Pascom

Um comentário: