segunda-feira, 28 de março de 2016

"Ele não está aqui, porque já ressuscitou como havia dito. Vinde, vede o lugar onde o Senhor jazia." (Mt 28,6)



Viva o Cristo Ressuscitado! Aleluia! Aleluia!
        Após o cenário interno e externo de luto da Igreja por honra dos mistérios de Paixão e Morte de Nosso Senhor Jesus Cristo, é chegada a hora de testemunhar a vitória da vida sobre a morte através da Ressurreição do Emanuel, Este que agora, conforme profetizado pelo Profeta Isaías, é Deus conosco. Em Nazareno, como em tantas outras partes do mundo cristão, a aurora da Santa Páscoa trouxe com ela o júbilo das Celebrações Eucarísticas, o Sacramento do Batismo e a caminhada de fé para professar a vitória de Jesus sobre o pecado e a morte.
            A etimologia da palavra "Páscoa" deriva do latim e significa passagem, ou seja, a transição do mundo anterior à encarnação do Filho Unigênito de Deus para um Mundo Novo, onde os pecados são lavados pelo Sangue misericordioso de Jesus. Além disso, a festividade pascal remete também à restauração do paraíso e da eternidade, uma vez que tendo superado os grilhões da morte, Cristo ressurge como caminho para os que vivem e destino seguro para os que hão de repousar nas águas tranquilas do seu mar de bênçãos.
Nesse espírito fortificado pelo Corpo de Cristo Crucificado, é que foram promovidas todas as cerimônias de louvor ao Salvador que Ressuscitou e agora nos aguarda à Direita do Pai. Às 8h, 11h e após a procissão do dia de ontem (27), a Paróquia/Santuário Nossa Senhora de Nazaré celebrou a Santa Missa em ação de graças pela glória do Cristo Ressuscitado. 
Nessas três oportunidades, sobretudo na Missa Solene de encerramento da Semana Santa, o Reverendíssimo Padre Rondineli Cristino preponderou o caráter revolucionário da Páscoa do Senhor, pois é de suma importância que ressuscitemos com Jesus e nos tornemos pessoas novas e desapegadas de toda e qualquer realidade de morte. Muito além do que costumamos imaginar, a morte pode estar presente na própria vida, sob a forma de atitudes e comportamentos que nos afastam de Deus. Por isso, a exemplo de Jesus, somos convidados a abandonar as vestes mortuárias e o sepulcro instalado por tanto tempo dentro de nós. Renovados pela glória da Ressurreição, assumimos a certeza de que o fim da Semana Santa é meramente simbólico, tendo em vista que suas lições e ensinamentos irão se perpetuar em gestos de amor e caridade para com nossos irmãos.


   Nesse período de reflexão litúrgica e pessoal da Palavra de Deus, velhos cristãos rejuvenescem a sua Fé e reafirmam o seu compromisso eclesial com os mandamentos que regem a Casa do Senhor. Segundo o mesmo propósito, novos cristãos também  inauguraram seu percurso de Santidade através da unção batismal. Assim, consumou-se o sacramento do Batismo às 9h, o qual configurou-se como momento único de imersão dos recém-nascidos na vida que não terá fim. De agora em diante, as quatorze vidas batizadas pelas mãos ungidas de Padre Rondineli deixaram de possuir apenas uma existência humana e biológica para incorporar uma vida que é dádiva de Deus e nada há no mundo capaz de romper os sagrados vínculos dessa Aliança com as Coisas do Alto.


          Às 17h30, a Solene Procissão Luminosa da Ressurreição representou os passos dos fiéis em direção a um tempo de graça, reconciliação e entrega aos planos do Senhor. Com a constatação de Maria Madalena e dos outros discípulos acerca da Ressurreição de Jesus, as trevas dão lugar à luz, o silêncio é substituído pela profusão de vozes unidas para cantar e a Igreja desnudada pela dor é novamente vestida e revestida de flores, ornamentos e alegria pascal. Sem sombra de dúvidas, a magia desse momento foi perfeitamente reproduzida pela talentosa performance da Banda Municipal e do Coral e Orquestra de Nossa Senhora de Nazaré. O término da procissão foi marcado pela Adoração ao Santíssimo na porta do Santuário.

  Se é verdade que o silêncio da Sexta-feira Santa era Deus falando em nós, também é correto dizer que todas aquelas palavras afogadas no peito latente de dor devem agora ser proclamadas com a alegria inenarrável da Ressurreição. O Verbo feito Carne retorna à sua condição de Verbo, de Palavra impressa na alma e na boca dos cristãos. Por isso, antes e acima de qualquer gesto, as palavras configuram o primeiro passo para o amor. Afinal, Deus é silêncio e só pode amar aquele capaz de traduzi-lo em palavras que digam e façam um mundo melhor para si e para os outros.

 Matéria- Guilherme Freitas
Fotos- Carmen Nogueira, Cassia Pereira, João Carlos Castanheira e João Paulo Ávila 




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