Olho nos teus olhos, em meio a tanto pranto parece mentira que és o pequeno que embalei tão novo em meus braços
Paulo Gustavo é o autor de uma sábia frase: "Quando uma mãe perde um filho todas a mães perdem um pouco também". Portanto, humanamente é fácil pensarmos que são muitas as mães, pais, avós que padecem ao lado de Maria a dor de encontrar um filho rumo à morte.
O Calvário fez doer do Deus humano o que o físico humano não consegue suportar. Corpo esfolado devido às duras flageladas de objetos de tortura e cruelmente portados de uma presa que arrancava pele junto ao sangue, poeira nos olhos devido às quedas no caminho, suor e sangue banhando o corpo do divino homem, cegueira e furor, mesmo assim, isso não impediu que no meio de tantos gritos e zombarias, Jesus ouvisse a frase: "Filho, eu estou aqui".
As forças daquela mulher, Maria, provavelmente estavam esgotadas, o coração ferido e traspassado pela espada que lhe foi profetizada, mas isso não impediu que o exército romano que fazia escolta de Jesus fosse separado pelas mãos de Nossa Senhora que pedia licença, pois ela precisava ver seu filho.
Padre Márcio, em sua pregação do quarto dia do Setenário, na noite de terça-feira, dia 20 trouxe para reflexão o padecer de Maria ao encontrar seu filho caminhando para a morte no Calvário. Maria podia ter perguntado ao seu filho: "quando vais parar, meu filho?", ou ordenado aos soldados: "chega!", ou dizer a todos: "me levem junto", mas ela preferiu se silenciar e dizer palavras através dos olhares.
O calvário feriu o coração de Maria, e o calvário das drogas, dos laudos médicos, da exclusão continuam a fazer sofrer o coração de muitas mãe. A serpente da violência continua assombrando os corações humanos,
Cruel e doloroso foi o ato de violência ao qual Jesus foi exposto, violência física dos açoites, da cruz pesado sobre os ombros, do morro íngreme que estava prestes a subir. Violência emocional através da traição de Judas, da negação de Pedro, do abandono de seus amigos.
"Maria soube ser mãe e manter-se fiel a Deus
mesmo quando seu coração foi traspassado por uma espada, isso porque permaneceu
em silêncio para ouvir a voz de Deus e são muitas as vezes que devemos fazer
isso em nosso dia a dia em meio a esse mundo tão barulhento. São muitas as mães
que sofrem ao perder injustamente seus filhinhos, vítimas da ganância humana.
Mães, avós que encontram filhos e netos perdidos, sem força e em sua humildade
tentam ajudá-los. Oferecem as mãos e se preciso for, dão suas vidas. Não existe
mãe que apague da memória os momentos de dor que viu seus filhos passar. Oh
Mãe, neste encontro venha esmagar a serpente da violência que destrói esse
mundo, vem nos ajudar mãe!" (Aparecida Leite)
Matéria: Rodrigo Augusto
Fotos: Karine Santos
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