sexta-feira, 18 de abril de 2014

Em meio às trevas, a morte do Cristo



Nesta Sexta-feira da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo, às 9h, aconteceu no Santuário de Nossa Senhora de Nazaré, o tradicional e piedoso Ofício de Trevas, um momento marcante, que relata de forma admirável os últimos sentimentos que envolveram Nosso Senhor em sua Paixão, esses, marcados por momentos fortes e orações tocantes, que levaram os fiéis a uma profunda reflexão.


O Ofício de Trevas, que é parte do Ofício Divino, expressa admiravelmente, os últimos sentimentos do Cristo em sua Paixão e Morte e é composto de orações, 14 salmos, 3 lamentações do profeta Jeremias, 3 leituras, 3 responsórios, incluindo ainda as Laudes, que junto às Matinas também fazem parte do Ofício Divino.



 É chamado Ofício de Trevas pois no decorrer dele apagam-se em sequência 14 velas, lembrando as trevas que cobriram a Terra na morte do Cristo. É usado para essa cerimônia, um candelabro triangular com espaço para as 15 velas. Ao final, a 15ª vela  é deixada acesa, representando assim, a Luz de Cristo que nunca se apaga. É colocada atrás do altar e trazida de volta na celebração solene das 15 horas. Para encerrar a celebração, batem-se os pés no chão, fazendo menção ao terremoto que acompanhou a Santa Morte de Jesus.


Seguindo essas  tradições que são antiquíssimas, a Paróquia/Santuário de Nossa Senhora de Nazaré, é uma das poucas paróquias que ainda conserva tais costumes, tendo como repertório composições famosas de grandes mestres, como Padre José Maria Xavier e Manoel Dias de Oliveira, que compuseram as peças musicais tocadas no Ofício.
Nos cantos gregorianos e clássicos executados pelo Coro e Orquestra Nossa Senhora de Nazaré, pôde ser percebida a beleza presente nas palavras e sentimentos expressos por Cristo, que de forma cantada chegava com grande emoção aos corações dos fiéis presentes em tão bela cerimônia.
Toda a Igreja, no silêncio causado pelo sofrimento de Cristo na cruz, relembra nessa Sexta feira, os últimos sentimentos do Mestre que deu a sua vida por todos.


"Vimo-Lo sem brilho algum e sem beleza e vendo-O assim, não O reconhecemos: tomou sobre si os nossos pecados, e é por nós que sofre. Foi coberto de feridas por causa das nossas iniquidades. Por suas dores fomos curados." (3º Responsório de Quinta feira Santa).



Matéria: Camilo Augusto e Doraci Couto
Fotos: Guilherme Carvalho



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