terça-feira, 16 de junho de 2015

Santo Antônio: os pães aos pobres, a vida ao Cristo


"Viver pra mim é Cristo, morrer pra mim é ganho
Não há outra questão, quando se é cristão
Não se para de lutar"
(Viver pra mim é Cristo - Pe. Fábio de Melo)



No último sábado (13), a Paróquia de Nazareno organizou, a partir das 18:30 hrs., com saída do Santuário Nossa Senhora de Nazaré e chegada na Igreja Santo Antônio, uma abençoada Procissão em honra à vida e memória de Santo Antônio. Ao longo dos poucos metros de caminhada dos devotos, orações clamaram a intercessão e louvaram as bem-aventuranças do querido Santo, este grande exemplo da Fé que se professa na carne e pede que a vivamos em plenitude pelo Espírito Santo. Em prosseguimento, o Povo de Deus acomodou-se respeitosamente na Igreja Santo Antônio e todos puderam contemplar admirados a entrada do Grande Homenageado, erguido pelo andor e cercado de belas flores.


            A Missa Solene foi celebrada logo a seguir. O reverendíssimo Padre Rondineli Cristino, os ministros e acólitos da Paróquia empreenderam uma autêntica reconstrução dos atos evangelizadores de Cristo e ao mesmo tempo souberam direcionar todos as etapas daquele Sagrado Momento para Santo Antônio e acima de tudo para as razões que o tornaram um dos grandes ícones da entrega humana ao Amor de Deus. Em sua inspiradora e sábia homilia, Pe. Rondineli reafirmou as palavras do Evangelho de Mateus: "Vós sois o sal da terra. Ora, se o sal se corromper, com que se há de salgar? Não serve para mais nada, senão para ser lançado fora e ser pisado pelos homens. Vós sois a luz do mundo." (Mt 5, 13 - 16). Por assim dizer, o ilustre sacerdote convidou os fiéis presentes a representar para o seu próximo esse sal de que Jesus nos faz conhecer e que confere tempero a muitas vidas amarguradas e ressequidas pela cegueira dos maus caminhos.



 Sob essa perspectiva, somos o sal da terra porque podemos, enquanto cristãos que pregam mais por atitudes do que por palavras, exercer a virtude da temperança e dar sabor a muitas vidas vazias e sem sentido. Desse modo, não há outra alternativa para os cristãos senão viver a Verdade da Palavra e salgar os dissabores atravessados por muitos irmãos. A escuridão não existe em si mesma e provém da falta de luz; por isso, Jesus nos recorda que somos igualmente Luz para o mundo e temos por missão iluminar os percalços do Destino reservado a nós no Reino dos Céus.



            O eixo fundamental da oratória de Pe. Rondineli baseou-se na narrativa do Santo Evangelho e em sua estreita relação com a trajetória de Fé percorrida por Santo Antônio durante sua vivência evangelizadora na humanidade do seu tempo. Mesmo sendo um modesto cozinheiro e servo franciscano, aquele escolhido de Deus jamais ignorava o apelo dos mais pobres e soube partilhar o pouco que tinha com os mais necessitados e desfavorecidos. Completamente desligado de quaisquer riquezas que não viessem do Senhor e de seus preceitos, Santo Antônio distribuía pães aos pobres e demonstrava como a solidariedade e o amor fraterno são capazes de apagar as diferenças sociais e construir uma família de cristãos, muito além de sangue, parentesco, aparência ou condição econômica.


 Muito mais do que meros pedaços de trigo, o futuro Santo de nossa Igreja espalhava Jesus e o seu corpo de Luz materializado naqueles pães, os quais matavam uma fome mais essencial do qualquer necessidade nutritiva ou fisiológica. Ao final da honrosa celebração, pães foram distribuídos entre os fiéis de modo a resgatar o precioso gesto de Santo Antônio e preservar o seu intuito de alimentar espiritualmente os indivíduos, as famílias e os demais núcleos que se sustentam confiantes em Deus.




   Com a epifânica bênção final, os católicos assistiram ao acendimento da fogueira em festejo ao consagrado dia de Santo Antônio. Como não bastassem os fogos, símbolos da Alegria do Senhor na morada celeste, o espetáculo ganhou ainda mais lirismo e notoriedade com a performance dos talentosos músicos da Banda Nossa Senhora de Nazareth. Para o alto e para os lados, a fogueira incendiava os corações devotos, enquanto dobrados de rica melodia eternizavam aquela união que abrasava o amor de Deus.

 Matéria:Guilherme Freitas
Fotos: Luan Braz

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