Santos Venerados na Igreja do Rosário

Neste mês de junho, dentre várias festividades religiosas a Paróquia Santuário Nossa Senhora de Nazaré, mas precisamente a comunidade do Rosário celebrou a festa em honra à Nossa Senhora do Rosário. Tal festividade engloba antigas tradições, que embora estando vivas nas atuais gerações perdeu-se em seus registros históricos.
O que se sabe é que a tradição vem de longa data. Os poucos registros encontrados relatam que a Igreja do Rosário foi construída no século XVIII pelos negros, logo após a construção da primitiva capela de Nossa Senhora de Nazaré. Sendo esta uma igreja construída pelos afrodescendentes traz em si a veneração dos santos de sua devoção, São Benedito, Santa Efigênia e fazendo uma junção com a tradição portuguesa, São João Batista.

 A história de São João Batista pode ser conhecida através dos Evangelhos. Mas quem foram São Benedito e Santa Efigênia?

São Benedito

São Benedito é o primeiro negro canonizado na Igreja e seu exemplo de vida merece ser seguido. Ele era descendente de escravos oriundos da Etiópia, na África. Foi pastor de ovelhas e lavrador. Aos 18 anos de idade, empolgado com a fé cristã, consagrou-se a Deus.Aos 21 ingressou na ordem dos franciscanos. Fez votos de pobreza, obediência e castidade. Uma característica interessante de São Benedito é que ele era analfabeto. No convento, foi designado cozinheiro, uma função comum nos conventos, porém, de grande responsabilidade. Era um cargo de extrema confiança. Caminhava descalço pelas ruas e dormia no chão sem cobertas. Por causa de sua fama de santidade, era muito procurado pelo povo, que desejava ouvir seus conselhos e pedir-lhe orações. Ele retirava mantimentos do Convento, escondia-os em suas roupas e os levava para os famintos da cidade.

 Santa Efigênia

Segundo a tradição, Santa Efigênia (a primeira santa africana) era filha do rei da Etiópia, Eglipo e da rainha Ifianassa. Essa ilustre família real etíope teria, também, sido convertida pelo Apóstolo Mateus. Heroína da fé, dedicou-se à oração e ao apostolado. Tornou o nome de Jesus conhecido por toda Etiópia.Sua conversão a Jesus Cristo fizeram com que os sacerdotes idólatras convencessem ao imperador a sacrificar a própria filha aos deuses pagãos: se assim procedesse o rei se faria imortal.Deslumbrado pela possibilidade de viver para sempre, o pai de Efigênia entregou sua filha para ser sacrificada e queimada. No momento de ser imolada, cheia de fé , invocou com confiança o nome de Jesus.Nesse momento apareceu-lhe um anjo, que a salvou das chamas, conduzindo-a de volta ao palácio real. Nesse mesmo dia, o Príncipe Efrônio, seu irmão, adoeceu gravemente.Apesar dos esforços dos sacerdotes magos, veio a falecer. O imperador Égipo, aturdido pelos acontecimentos, permitiu que São Mateus viesse visitar o filho.São Mateus impôs as mãos no falecido e restituiu-lhe a vida. A partir deste momento o imperador permitiu que o Evangelho fosse pregado por toda a Etiópia. Efigênia recusou-se a casar com o príncipe Hitarco. O pai mandou incendiar o convento e matar são Mateus, que também protegeu Efigênia, pois já a consagrara a Deus para sempre.Sabe-se que Efigênia fundou um Mosteiro e que ela própria o salvou das chamas, invocando o nome de Jesus. Eis porque a Santa traz em suas mãos uma casa e tornou-se símbolo de todos aqueles que buscam a salvação do lar e lutam para ter uma casa própria.

Matéria- João Vitor Abreu

Fotos -  Rodrigo Augusto

Último dia das festividades em honra à Nossa Senhora do Rosário

Neste último domingo, 26 de junho de 2016, a Paróquia Santuário Nossa Senhora de Nazaré celebrou o último dia das festividades em honra à Virgem do Rosário, que contou com a presença de inúmeros fieis e ternos de congada e moçambique da paróquia e região.

Os festejos iniciaram-se logo pela manhã com a alvorada festiva, executada pela banda municipal de Nazareth. Em seguida, às 8 horas da manhã, aconteceu a primeira Santa Missa do dia, realizada na Igreja do Rosário, assim como todas as outras celebrações. Às 10h30 os paroquianos puderam participar da Santa Eucaristia solene, abrilhantada pelo Coro e Orquestra.
No turno vespertino, as cerimônias religiosas tiveram início às 16 horas, com o tradicional cortejo de reis e rainhas, em os grupos de congada dirigiram-se até às casas dessas pessoas e juntamente delas seguiram rumo à Igreja do Rosário, a partir de onde saiu a procissão em honra à Nossa Senhora do Rosário, à São Benedito, à Santa Efigênia e à São Domingos.

Durante o percurso da procissão, cantos e orações foram entoados, além da marcante participação das congadas, que às suas maneiras demonstraram a santa devoção à Virgem Maria e aos Santos de Deus.
Após o término da procissão, foi celebrada a última Santa Missa do dia, bem como a última cerimônia religiosa da festa do Rosário de 2016, tal qual trouxe muitas graças através da intercessão de Maria e dos Santos e encerrou-se com grande êxito e bênçãos para todos aqueles que estiveram presentes. Além disso, as comemorações fizeram da tradição uma viva e concreta realidade, marcada pelo zelo, pela doação e amor de todos os envolvidos e, acima de tudo, pela fé e esperança nas obras do Criador.

Matéria- Daniely Santos

Fotos- Rodrigo Augusto, Helder Ramos e Carmen Nogueira

Dia dedicado a São Pedro

Sendo dedicado a São Pedro, o dia 25 de Junho revestiu-se de bênçãos, uma vez que a Igreja do Rosário acolheu inúmeros fiéis contritos e jubilosos em honra ao Santo pescador de homens. No período da tarde, excepcionalmente às 14h30min, muitos senhores e senhoras de fé adentraram o Templo que abriga Nossa Senhora do Rosário e tantos outros ícones sagrados que testemunham a glória de Jesus. Às 18h30min, a chegada da noite deu-se com a partida do tradicional cortejo de orações e graças pela memória e figura exemplar de São Pedro. A seguir, houve Santa Missa presidida por Padre Rondineli Cristino e bênção das fogueiras.

Considerado o primeiro Papa da Igreja e a pedra angular de sua edificação, São Pedro é como um prisma da fé que reflete a luz do amor de Deus para dissipar as trevas da perdição e da falta de misericórdia. Mesmo tendo negado por três vezes o Cristo, sua trajetória como discípulo e apóstolo de Jesus demonstra como seus erros foram convertidos em razões ainda mais fortes para evangelizar a infinitude do Ágape divino. Por isso, nas palavras de Pe. Rondineli, São Pedro é a referência perfeita do chamado vocacional, tendo em vista que o “Senhor não escolhe os capacitados, mas capacita os escolhidos”. Apesar de o pecado estar impregnado em muitas esferas da vida cotidiana, São Pedro nos ensina que uma linha muito tênue separa o homem do ser santificado, pois é no olhar misericordioso para o próximo que vamos construindo pontes e degraus para experimentar o Reino de Deus aqui mesmo na humanidade.

Se é impossível eleger apenas um ápice para as cerimônias do dia de ontem, um deles foi certamente a participação dos idosos da comunidade nas celebrações eucarísticas ocorridas na Igreja do Rosário. Após a Santa Missa, os ilustres filhos de Deus, com fé madura e amor devoto, foram conduzidos ao recém-reformado Salão do Rosário, onde puderam saborear os quitutes fornecidos pelos grupos de organização paroquial. Em cada rosto marcado pelos anos de vivência espiritual, a Igreja se alegra com a recepção de fiéis cuja senilidade não impede que sejam tão vivazes e joviais na busca incessante pelas coisas do Alto.

Os ensejos foram encerrados com a bênção das fogueiras pelo Senhor através das mãos de Pe. Rondineli. Assim, do alto de uma coluna, os fogos de artifício deram luz à fotografia do Senhor Dorgival,que se ia desdobrando com o coro dos aplausos. Um dos grandes incentivadores da Festa do Rosário, sua memória foi hasteada como bandeira e nos convida a sermos como ele patriotas do povo de Deus.

Matéria- Guilherme Freitas

Fotos- Erica Ribeiro e João Vitor

E o seu nome era João!

Por volta das oito horas da manhã do dia vinte e quatro de junho do mesmo ano que Jesus nasceu, a pequena cidade de Ain-Karin ouviu o choro de um bebê que veio ao mundo para fazer a diferença na vida de judeus, gregos, elamitas e de todos que passavam à margem do rio Jordão.  Zacarias e Isabel formavam um casal temente a Deus e por não terem filhos eram considerados estéreis, uma vez que já tinham idade avançada. Mas o Senhor visitou a sua casa e fez com que Isabel concebesse em seu seio aquele que viria para anunciar o redentor que estava prestes a chegar. 

Seu nome era João; João Batista, festejado por toda a Igreja Católica no dia 24 de Junho em sua Natividade, tornando-se assim o único santo cujo nascimento é celebrado liturgicamente. O Evangelista Lucas relata no segundo capítulo de seu escrito esse momento de muita alegria. 

São João Batista é o primeiro mártir da Igreja, e o último dos profetas. Ele é venerado como profeta, santo, mártir, precursor do Messias e arauto da verdade, custe o que custar. Sua devoção é de enorme popularidade sendo um dos santos mais conhecidos e queridos do povo de Deus.

São muitos os detalhes que podemos perceber ao voltar nossos olhos para o filho de Isabel. Quando percebeu que sua hora de partir em Missão chegou, ele foi para o deserto e lá orou e viveu na humildade e na superação. Sua voz ecoou por todo deserto e como profeta anunciava ao povo que ainda viria alguém maior que ele de quem ele nem era digno de desamarrar as sandálias, e mais, esse alguém ainda batizaria os homens no Espírito e no fogo. 

A iconografia da imagem de São João apresenta sua mão apontada para o céu de onde viria a salvação dos homens por meio de Deus e o lugar onde todos deveriam ambicionar morar. Primo de Jesus, João O batizou no Rio Jordão e, segundo relatos de evangelhos apócrifos, brincou e cresceu ao lado do Salvador, ainda no ventre materno, João pulou de alegria ao sentir a presença de Jesus no útero de Maria. 

Na Paróquia/Santuário Nossa Senhora de Nazaré, São João foi festejado pela sua natividade com uma procissão saindo da Igreja do Rosário e percorrendo as ruas do bairro que cativa pelo santo um carinho especial e fraterno, tendo no altar da Igreja da Virgem Maria um lugar de destaque. 

A liturgia da Santa Missa que aconteceu logo após a procissão apresentava aos fiéis as maravilhas que Deus pode operar na vida daqueles que O respeitam.

Que, ao ter os olhos fixos no Senhor, cada um tenha a certeza que assim como a voz de João ecoou no deserto, naquele lugar onde era escassa a bonança, uma luz brilha e faz crer que alguém poderá escutar.

Viva João Batista! Viva o precursor! Porque João Batista anunciava o Salvador.

Matéria: Rodrigo Augusto

Fotos: Carmen Nogueira e João Carlos Castanheira

Encerramento da Novena em Honra à Senhora do Rosário

" Virgem do Rosário, sois rosa mimosa, entre as outras flores sois a mais formosa!" 

A comunidade do Rosário conclui com muita alegria e gratidão a Novena em honra à sua querida Padroeira, Nossa Senhora do Rosário.Durante nove dias a comunidade se reuniu,às 18h30min, na Igreja do Rosário em fervorosa Oração. O itinerário constou sempre de recitação do terço, atendimento de confissões, celebração Eucaristia e orações da novena.
Com o tema "Casa da Mãe, verdadeira catequese", a novena conduziu os fieis a um rico aprendizado sobre cada detalhe artístico e cada espaço da igreja,bem como, sobre o sentido das celebrações que ai acontecem.Conforme Padre Rondineli ressaltou, em todas as pregações, a centralidade de tudo se encontra na pessoa de Jesus.Ter Maria como Mãe e Mestra e o Rosário como pratica devocional diária, é entrar em um caminho de discipulado,onde se aprende o jeito de viver de Jesus de Nazaré.E mais ainda, se encanta pelo modo como, por meio Dele, o divino assume o humano para santifica-lo. Este Mistério de Salvação está estampo nas cores, imagens e espaços da igreja e ganham vida em cada celebração do povo de Deus.

Para concluir o percurso catequético, refletiu-se sobre os Santos cultuados na Igreja do Rosário juntamente com Nossa Senhora.São eles : Santa Efigênia,São Benedito,São João Batista, São Domingos e São Sebastião. Todos eles são exemplos de pessoas que viveram e morreram por Cristo.A reflexão se deteve de modo especial em São Benedito e Santa Efigênia.A devoção a eles traz à tona a fé genuína do pequeno, do humilde e por isso capaz de ver em Deus a fonte de todo o bem. São Benedito exemplo de partilha do pão,Santa Efigênia protetora do lar e invocada por aqueles que não tem uma casa. Além disso estes Santos falam da cultura e história de fé dos Afrodescendentes, sempre presentes nas Igrejas de Nossa Senhora do Rosário cultuada pelos escravos.Segundo Padre Rondineli, em documentos reeditados por Cônego Heitor, a Igreja do Rosário também foi construída pelos escravos, no alto do morro, lugar para oferecer a Deus louvores e suplicas e encontrar o aconchego Materno de Maria e com Ela aprender a conhecer o Homem Jesus.
    

Matéria- Carmen Nogueira

Fotos- João Carlos Castanheira

Oitavo dia da novena em honra à Senhora do Rosário

O 8º dia da novena em honra à Nossa Senhora do Rosário foi celebrado juntamente com as vésperas da Solenidade de São João Batista, homem que teve a Missão de anunciar a chegada do Messias, Bendito Fruto do ventre de Maria.
Os fieis se reuniram às 18h30min para as praticas devocionais da recitação do Terço e novena que à cada noite são celebradas em intima conexão com a Eucaristia.

A figura de Maria como Mãe, Mestra e ao mesmo tempo Discípula ao lado de João Batista tem muito a ensinar. Ambos estreitamente unidos ao Mistério e Missão salvadora de Cristo.Ele é o Verbo feito carne, o Cordeiro que tira o pecado do mundo, sem o qual nada na Igreja teria sentido.

A reflexão da noite teve como pano de fundo a pintura central do teto da capelo mor. Nela estão São Domingos de Gusmão e Santa Catarina de Sena,entre os dois está Maria com o Menino no colo entregando as contas do Rosário a São Domingos.Dentre tantas praticas devocionais, este dois Santos ensinam que o Rosário é arma potente no enfrentamento das batalhas da vida.São Domingos se agarrou à contemplação dos Mistérios do Rosário para vencer os albigenses, estes com suas heresias ameaçavam a fé cristã.Santa Catarina, por sua vez, lançou mão dessa devoção para enfrentar as batalhas que surgiam contra sua entrega total ao amor de Deus, ao zelo pelas coisas do Reino.

Oxalá tais lições de fé seja profundamente enrraizadas na vida da comunidade produza frutos de transformação pessoal e comunitária.

Matéria- Carmen Nogueira

Fotos-Cassia Pereira

Sétimo dia da novena em honra à Senhora do Rosário

Mais uma vez a comunidade paroquial se reuniu em oração na igreja do Rosário às 18h30min. Com a presença das "Mulheres do Terço" foi recitado o Santo Terço, Padre Rondineli ficou à disposição para atendimento de confissões e logo em seguida Celebrou-se a Eucaristia. Concluiu-se o dia suplicando a proteção da Mãe do Rosário com as orações da Novena.

Ao chegar a este sétimo dia de novena é possível perceber o quanto já se aprendeu na escola da Mãe do Céu.Segundo Padre Rondineli Nossa Senhora, sob o titulo do Rosário,é mãe, mestra e pedagoga para quem deseja ser discípulo de Jesus.
A meditação do dia se concentrou na inscrição em latim "Rosarium Virginis Mariae", situada no camarim atrás da Imagem.Partindo dos ensinamento de São João Paulo II, refletiu-se sobre o Rosário como uma oração essencialmente Cristológica. Isso porque, em sintonia com Maria, na recitação do terço o que se contempla é a vida de Jesus.Nos quatro mistérios do Rosário é possível conhecer o Senhor em suas alegrias, luzes, dores e glorias. Toda a Boa Nova da salvação se encontra, como em um compêndio, na oração do terço.E Maria é a Mãe e pedagoga que ajuda o discípulo a contemplar, apreender e viver sua vida pautado na do Cristo.Ela mostra, com seu exemplo, que é possível chegar ao céu e ser justificado pela graça de Deus em Jesus, tal como mostra o quinto mistério glorioso.

Matéria- Carmen Nogueira

Fotos- Cássia Pereira