quinta-feira, 1 de setembro de 2016

O Canto dedicado à Misericórdia

No segundo dia do novenário em honra da Virgem de Nazaré, nem a chuva que caiu ao início da noite afastou os devotos de contemplarem a graça de festejar Maria. Cada qual da sua forma, sentados no chão, rodeando os bancos, em pé, todos se acomodavam e a acolhida mútua fazia com que a casa da Mãe se rodeasse de filhos. Assim como a senhora visitou Isabel, seus devotos a visitaram na noite de 31 de agosto para cantarem, junto à serva do Senhor, os feitos da Misericórdia.
E quanta coisa linda pode ser ouvida através das palavras do pregador da noite, Padre Javé.  A leitura da sagrada Escritura nos recordava daquele dia sublime, onde na casa de Isabel, Maria entoou o Magnificat. O livro do Pequeno Príncipe foi citado pelo pregador na frase que diz: ‘quando o mistério é grande não ousamos desobedecer’, e sem desobedecer ao designo de Deus, Maria deixou ser tomada pela sobra do Espírito para que seu seio virginal concebesse o Deus imenso que por amor se deixa alcançar.
Desde aquela venturosa tarde, quando o bateu do relógio de Deus a hora da salvação, nunca mais houve, na história, um tempo em que a maldade venceu a Misericórdia. Muito mais que cantar o Magnificat, Maria viveu o seu hino de louvor. A Virgem agiu com sentimento misericordioso durante toda sua vida terrena e age até quando, dos altos, céus desce ao encontro dos filhos para atendê-los em suas necessidades. Em sua humildade, a menina dos olhos de Deus, chama o Altíssimo de santo, poderoso, salvador e exalta a misericórdia que perdura sempre de geração em geração.
O onipotente é um Deus onipresente que não se esquece dos pobres, dos famintos, os humildes e os pecadores. Papa Francisco em sua bula do Ano Santo da Misericórdia diz que nós também estávamos presentes nas palavras proféticas de Maria de Nazaré. E como estamos? Como fomos lembrados? Nossa luta diária deve ser para sermos saciados como os famintos, acolhidos como Israel, exaltados e lembrados como os humildes e não dispersados como os soberbos e despedidos como os ricos.

A misericórdia perpetuada desde a promessa que Deus fez a nossos pais em favor de Abraão e sua prosperidade é o dinamizador da vida terrena na crença que um dia chegaremos aos altos céus para desfrutarmos da vida eterna. Santo Agostinho é quem diz que não devemos cantar os feitos de Deus só com a garganta, mas com a vida, não com os tambores em volumes elevados, mas sim com o coração. Cantemos com obras as salutares obras do Salvador para quem o coração de Maria rejubilou-se de alegria.
Matéria-Rodrigo Augusto
Fotos-Renato Garcia

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